quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

CONTEXTO HISTÓRICO

Neste final de semana, em Antonina, conversei com alguns amigos sobre diversos assuntos relevantes, entre os quais a necessidade de se analisar o contexto dos fatos sociais e a forma pela qual a sociedade se formou e se transformou. Muitas vezes temos, por hábito, tirar de um problema apenas o aspecto que nos interessa, sem deixarmos de analisar todos os ângulos que originaram a ocorrência. Para entendermos os fenômenos sociais que nos cercam é preciso termos a capacidade de enxergá-los em todos os ângulos e compreender, interpretar sua base histórica e as repercussões dentro da sociedade. Esse esforço interpretativo nos leva a compreender de que forma uma sociedade se formou e se transformou e o resultado nada mais é que o produto do contexto, através de sua base histórica. Dentro do contexto, certamente, tem a ação e esta é influenciada por um motivo, conforme a visão que cada um tem no momento em que a praticou, dando a ela uma parcialidade, isto é, uma visão subjetiva da realidade, na qual depositamos nela algumas particularidades de acordo com a nossa tradição, valores, sentimentos e utilidade. Portanto, não há neutralidade nas ações sociais, pois elas dependem das nossas peculiaridades e da forma pela qual enxergamos a nossa realidade.
Fiz esta pequena explanação para entrar em outro assunto que discutimos: a importância ou não da psicanálise de Freud nos dias de hoje. Freud conseguiu entender a mente humana descobrindo que ela é uma conexão de movimentos e desenvolvimentos racionais, morais e emocionais, bem como genético. É a forma pela qual enxergamos a nossa existência material, através das regras básicas, das nossas relações sociais, da nossa racionalidade e consciência (ego), em conjunto com o que aspiramos, fruto de nossa consciência moral (super ego), e nossa emoção subjetiva: sentimental e sensível (ID). Essas teorias foram desenvolvidas e superadas em alguns pontos, como nos casos da “psique” e dos “arquétipos”, de Jung e na do “espelho”, por Lacan; mas se analisarmos a época em que as teorias freudianas foram desenvolvidas concluiremos que elas foram um produto do contexto daqueles tempos, cujas premissas eram norteadas por uma conjuntura de moral burguês-religiosa e de poder psiquiátrico.
Portanto, Freud, sem dúvida alguma, com suas teorias, nos fez entender que o nosso corpo, as funções neurológicas, todo o sistema mental (racional e emocional), bem como as sensações consciente, racionais, morais e sensíveis desencadearam uma revolução científica, da qual surgiram o processo cognitivo e a fisiologia do cérebro, através da neurociência.

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